A onda do momento na área da
Educação é a Inclusão Social. Observa-se que inúmeras pessoas
concebem a ideia de que inclusão social é a inserção de pessoas
portadoras de necessidades especiais no contexto social a que
pertencem. Porém, a ideia de inclusão social se restringe apenas a essa visão
que é tanto divulgada ou a inclusão social vai além dessa
concepção? O que realmente pode ser considerada uma educação
inclusiva?
A Educação Especial é apenas um ramo específico, mas não é a Educação Inclusiva a que se refere tanto na sociedade hodierna, pois esta vai muito além do atendimento educacional de pessoas portadoras de necessidades educacionais especiais (PPNEE's).
Para entendermos a abrangência da Educação Inclusiva é necessário compreendermos que a Legislação Educacional vigente abrange a Educação a todas as pessoas inseridas dentro de um contexto social. Em específico, a Legislação Brasileira estabelece que a Educação é um dever a ser oferecido, primordialmente, pelo Estado e pela família em sentidos colaborativo e social e que é um direito essencial a toda a população indistintamente sendo inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana e cujo objetivo é o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e suas qualificação para o trabalho (artigo 205 Constituição da Republica Federativa do Brasil de 1988 e artigo 2º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96).
Partindo dessa premissa, compreende-se que o conceito de Educação Inclusiva vai muito além dos parâmetros de oferta da Educação Especial aos PPNEE's. Ela se torna tão abrangente que deve ser oferecida a todas as pessoas que compõem a nossa sociedade civil independentemente a que situação social estas se encontram.
Além disso, para que ela se torne realmente qualitativa, é preciso oferecê-la com um mínimo necessário de padrão de ensino. Neste sentido, a educação não deve ser considerada um elemento elitista nem ser excludente. Ela deve abarcar a todos os valores civis e não ser tratada com certo pejorativismo onde muito se fala de altos investimentos sendo que, na prática, passamos muito longe do ideal e do necessário para o pleno desenvolvimento cidadão de quem realmente necessita.
A verdadeira proposta de uma Educação Inclusiva, para que se torne efetivamente de qualidade, deve ser aquela capaz de oportunizar a todas as pessoas (indistintamente de status quo, credo religioso, condições financeiras e sócio-culturais) uma oportunidade não menosprezada e marginalizada da sociedade. Esta oportunidade a ser oferecida deve estar vinculada ao verdadeiro sentido de valorização do ser e de suas singularidades.
É necessário que a sociedade se volte ao desenvolvimento de verdadeiros valores morais e éticos, de respeito mútuo e de camaradagem. É preciso que as pessoas abandonem seus egos e sejam capazes de acolher as causas alheias pelo bem comum da comunidade.
Não podemos cruzar os braços e nos manter indiferentes frente a uma realidade sofrida que muitas pessoas ainda estão vivendo (preconceito, injúrias, menosprezos). Precisamos nos unir a fim de acabar com as barreiras que nos impedem de nos aproximar uns dos outros. É preciso oferecer uma mão amiga a quem precisa. É preciso oferecer uma Educação que faça jus aos princípios de solidariedade e de igualdade de oportunidade para o pleno desenvolvimento do cidadão.
Somente a partir do momento em que soubermos nos acolher mutuamente e buscarmos meios alternativos para a melhoria da situação educacional de nosso meio social é que poderemos dizer que estamos desenvolvendo uma educação realmente inclusiva e de qualidade com alcance a todos os que precisam.